quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Eu canto
o amor
Porque o AMOR
me toma
me enlaça
me aquece
E me doma.

Eu canto
o amor
Porque o AMOR
me torce
me mostra
retorna
ao lance
da vida
que joguei à sorte.

Eu canto
o amor
Porque o AMOR
me morde
me geme
me roça
me vive
E me morre.

Eu canto
o amor
Porque o AMOR
somos nós:
Carne
que
se
encanta,
Alma
s u r p r e e n d e n t e m e n t e
luz
E fogo
E
água.

Corpos que
se querem
sós.

Gozo que
retorna
à alma,
Sorte que
r e s s u r g e:
Vida.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

retorno

Serei eu?
eu que vos falo
eu que intento
saber
quem quero ser...

Uma parte
tremeluzente vive,
diáfana
tristonha:
sereia transeunte
na terra,
disfarçada de bailarina.

Todo o resto
fica
dilacera
esquece os fumos
as famas
os desejosos dias perdidos
do não sei quando,
sem-nem-porquês!

Sinto que o mundo
- que muitos julgam esquadros cheios de repetições
equívocos, calúnias, fundo-sem-fundo, tragédia
maldição, tristeza, rompante, tédio.... -
Sinto o mundo oceano! O mundo mistério-mar
O mundo a se navegar.
O mundo onde se mergulha, não onde se cai.
O mundo-ternura. O mundo-mãe.

Serei eu?
Será a vida
a urgir-me,
a sereia
querendo-me
habitar?

Oceano
é ser livre...
deixar-se ir aonde
a natureza
mandar, sem medo
não nadar
fundir-se
a mãe-mar.