quinta-feira, 23 de abril de 2009

eu hei de amar uma árvore.

seus galhos finos
[clek]
estalavam-se.
quanta dor ali naquelas folhas secas?
frágil, entre minhas palmas
não mais árvore, não mais vegetal
[ser vivo morto].
deixa, por isso, de ser uma árvore?

podo, podas, podamos...
quantos sonhos naqueles galhos?
clek, clek, clek
um a um, com meus dedos trêmulos
espedacei. com raiva? não.
com dó? talvez. secura de alma.
pupilas na seiva verde, fraca.
[sim, ainda há seivalma]

2 pitacos:

marquito! disse...

amar dá trabalho até mesmo quando se ama uma árvore? rs
credo.

Edna Hornes disse...

Amo árvores, não sabe o quanto.

Amei também o poema. Muito intenso, dolorido.

Beijo!