terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

inacabado

(para Luan)

deitei no teu colo
caí de maduro
tateei o escuro
do abuso d'um desejo
calado, seguro

murmúrio mudo
meu suspiro 
silabado... 
era só teu nome
curto, alveolado

dedo a dedo
imprimi
meu medo
meu muro,
o rumo
calculado
do acaso
onde me pus

no teu cabelo
escuro
que compus
feito ondas ritmadas
um acordeon, um sax

no abandono
perdido
do teu braço
roça assim
de leve
pulsado

meu adeus
deixa,
digital,
gravado:

um mundo
imaginado
não vivido
inacabado

2 pitacos:

marquito disse...

produção em alto nível, então?
agora a moça só quer fazer poesia!
que inveja... vou ler mais o teu blog, pra ver se eu me inspiro.

beijo.

C. A. disse...

Carol, bonito que dói. O de antes ainda mais me toca. O jazz ali de cantinho aparecendo, a pupila dilatada, a palavra quase inflamada. E tua poesia continua me lembrando a de Ana C. Tudo tão urbano e íntimo ao extremo.