quinta-feira, 10 de julho de 2008

apenas um brinde ao passado.

príncipe

do nada me veio a vontade de te escrever. ou viria do livro que estou lendo? não importa, tampouco por que justamente a você. não! nada tem a ver com o que aconteceu entre nós ontem, afinal tudo foi mais ou menos como das outras vezes. simplesmente me ocorreu tudo isso e eu tive que escrever.

o fato é que você conhece pouco da minha vida. e eu, o mínimo de ti. nós ainda não somos de fato amigos, mas me peguei pensando que você sabe de coisas de mim que ninguém, ou quase ninguém sabe. e sabe até das coisas que inventei. por que você? não sei.

se uma coisa está te passando pela cabeça agora, delete-a. não, eu não estou apaixonada por você, mas já quis estragar tudo desse jeito. desde sempre eu penso que você tem essa visão das coisas, e eu já quis saber inclusive tudo o que poderia povoar seus pensamentos e que de alguma forma me "linkassem". essas linhas também não têm a intenção de desinflar o teu ego, dizendo que eu não sou mais uma das guriazinhas que se impressionam com uma bela trepada. juro que tudo isto está livre de toda e qualquer ironia.

minha consciência acusa que não há sequer uma relação entre nós. se há, é eventual e superficial. o melhor e o mais importante é que não há vínculo entre nós. o estranho: confio em ti, com um tipo de confiança que desconhecia. ela nada tem a ver com a velha dupla mentira-verdade. afinal o que é a verdade? a mentira com certeza é uma das possibilidades que qualquer acontecimento pode ter, a mais conveniente para o momento, por assim dizer. há os que se ferem e os que riem com ela, é só uma questão de ponto de vista. é preciso dizer que não me importo com a maneira como você se comporta na minha frente, como se eu fosse um homem. ou você definitivamente não liga para o que eu vou achar, ou talvez também confie em mim, da sua maneira.

mais um "talvez" (a certeza é muito improdutiva): talvez pensemos parecido. já estou quase me acostumando a pensar como um homem. hoje li: "não tenha esperança de encontrar pessoas que a entendam, alguém que preencha aquele espaço. uma pessoa inteligente e sensível é a exceção, a grande exceção. se tiver a esperança de encontrar alguém que a entenda, você vai acabar louca de desapontamento. o melhor que pode fazer é entender a você mesma, saber o que quer, e não permitir que as pessoas ordinárias atrapalhem o seu caminho". achei isso bonito e decidi ser generosa com você. e generosidade é uma qualidade em mim, não? meu couro, é verdade, é bem comum, e aos seus olhos pode ser que eu seja mais uma putinha daquelas que você intima quando quer inflar o seu ego. e talvez eu seja. sinceramente, minha preocupação agora é só entender a mim mesma. típico.

pode até ser que você faça parte dessa compreensão, tanto quanto isso poderia ser uma cartinha de amor caipirinha-com-adoçante. rs, não estou drogada ou bêbada, nunca estive tão sóbria. você já me viu chapada, você é perspicaz.

se você leu até aqui, é isso mesmo que está escrito. é um elogio à liberdade, ao pensamento, ao "viver como se gosta". e eu acho mesmo que você vive bem como gosta. um brinde a você.

até logo.
ass: raposinha

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