sábado, 6 de março de 2010

"A vida só é possível reinventada"

 
Reivento-me na linguagem
Num poema
Mesmo que
Pra isso
Não saia da escrita
Do que sou
E sinto de mim mesma.

Não sei quem seja
Eu, outrem
A vida que levei
Ou só tracei
Ontem.

A vida...
Esta que ora quero,
Por que me esmero,
Ora jogo fora
Relego ao acaso
Das coisas que não sei,
Não controlo.

Comprometo-me,
Mas logo esqueço, desuso
O discuro que exergo
E produzo.

Se lê o confuso
Do que ouço,
Enxerga em palavras
O que sinto,
O que transbordo...

Não! Não busque compreensão.
Reinvento-me porque nada muda,
Porque sendo não sou.

Troco de olhos,
Pois preciso ser outra... 
Vejo as coisas que conheço
E ao vê-las
Sinto-as de outra forma:
Reinvento, pois, a vida!

Enxergue o mundo como queira
novo
de outra maneira.

6 pitacos:

Karen Raquel disse...

Adorei, Carol!

=)

Anônimo disse...

lindo!

Improviso disse...

reinventar-me é o que mais tenho procurado nos últimos anos. é tão difícil para mim, e tão necessário. mas sinto parecido, mesmo mudando-me vejo-me a mesma.

Edna Hornes disse...

Rever[-se] é fundamental para prosseguir. mas dói... porque deixar pra trás o que se "esmera" é deixar ir um pouco do que fui, do que sou.

cintilante disse...

"reinvento-me porque sendo não sou" - bravo.

Unknown disse...

Faço minhas, as palavras do Ed.

Sábio poema!
Sábia poetisa!