quinta-feira, 23 de setembro de 2010

VISÃO

Não buscava nada
tão longe estavam
meus tristes olhos
já sem comoção
sem morada cada
parte
cada poro
percorrido
do meu corpo
sozinho, vazio
sem dono
um nó.

Te vi.
Chegou-me pelos olhos
toda a fome
vidrada de ti.
Foi um instante
vago
um suspiro esparso
num vácuo que não senti:

um vazio branco
uma lágrima
cortada
que, inconstante,
gotejava em mim.

Eternidades de ti
duraram em mim.

Desde então
te tive todo,
uma imagem
lembrança, talvez...
uma imagem
gravada nas retinas
tortas
que resistem em mim.


Habitaste o que
essencialmente
sou:


o olhar que
seguro
me leva por onde vou.

6 pitacos:

Edna Hornes disse...

Amei o texto...

Quando alguém nos toma assim, habitando a essência do ser, invadindo o nosso eu mais profundo,
então esse alguém é aquele que vem
completar e juntar as partes de nós,
nós em um, eu em dois,
compartilhado.
Aí se dá a alegria.

C. A. disse...

que bom ter umas palavras tuas de novo...

Karen Raquel disse...

"Bem, confesso que, há muito, meus olhos não passavam por aqui. Mas,tendo, uma vez, degustado dessas palavras, certamente, voltariam. E, hoje, por aqui passaram não só para provar, mas para matar a fome de palavras que saciam os olhos da alma, as janelas do coração..."

Beijo, lindona!!!
Saudadona!!!!
Bom saber que encontraste a outra metade do teu coração!!!!

cintilante disse...

maravilhoso...

Sucedeu assim disse...

maravilhoso

HeIToR disse...

Belos poemas e textos.. Parabéns!