terça-feira, 28 de abril de 2009
Da vida e seu processo polissêmico
sábado, 25 de abril de 2009
quinta-feira, 23 de abril de 2009
eu hei de amar uma árvore.
seus galhos finos
[clek]
estalavam-se.
quanta dor ali naquelas folhas secas?
frágil, entre minhas palmas
não mais árvore, não mais vegetal
[ser vivo morto].
deixa, por isso, de ser uma árvore?
podo, podas, podamos...
quantos sonhos naqueles galhos?
clek, clek, clek
um a um, com meus dedos trêmulos
espedacei. com raiva? não.
com dó? talvez. secura de alma.
pupilas na seiva verde, fraca.
[sim, ainda há seivalma]
quarta-feira, 15 de abril de 2009
domingo, 5 de abril de 2009
Não tenho mais dentes. Tudo me é amargo. Ou oferece-me sangue que me adoce? Uvas fervidas no pão são doce, seu cheiro é doce, sua textura é tenra. Engana-te: não há sementes a serem cuspidas, não há choro que saia de poros secos, há só o mar logo aí, em frente, rente a ti. Tu és o mar, imenso, disforme e envolvente. Eu tenho medo de coisas assim, já reparaste? Viste que raro me banho em suas águas?
Não posso mais com seringas, já não tenho veias. Imploro pelo meu último cigarro. Porque pior do que não o ter, é tê-los todos, acendê-los todos, um a um, nas guimbas já tragadas, nas memórias de guimbas. Penso: será este o último? E nunca é! Quem me trará o último, quem me anunciará que não há tempo para mais nada? [apenas para um último cigarro e para uma prece intercalada às tragadas] De olhos vendados, conhecerei sua voz? E a tua, continua igual?
Sem dentes, sem seringas. Aceitas que eu te sorva?