sábado, 12 de dezembro de 2009

O ÚNICO SOM

Não sou capaz dos silêncios.
Sou a palavra que foge
pra perto de ti.

Ausentes minha mão na tua
meu sopro em teus lábios
na nuca unhas dedos dentes.
Sentes agora a pressão dos nossos corpos?

[Eu ainda a sinto
sinto mais
tuas mãos murmurosas a pedirem
o que todo o resto
sente
mas nunca pede]

Febre suor força
meu abraço: te enlaço
[posso?]
e não te devo nada disso
nem êxtase, nem descanso.
Meu silêncio...
tu não pedes, dou-te versos.

Versos abertos, punhos cerrados.
E que importam os corações?
Descaso? Não...

Despiste os ombros
onde arde o som
do pingo
do suor
dos meus cabelos ralos.

Ouviste as notas
meio mudas, abafadas
de alguma lágrima
de enfado
que ainda está em mim.

Em ritmos alternados
seguras meus punhos sangrados
que batem abertos
apelos
te pedem
que peças
cansado
o único som:

tu, teu corpo e nosso silêncio.

1 pitacos:

Sucedeu assim disse...

não de algo palpável, mas desse som que encontra-se na vírgula