quinta-feira, 8 de maio de 2008


Ansiedade mil. Navega, navega, navega, pulando de janela em janela, e o que persiste... vácuo. Será o sol ainda lá fora – coisa que é capaz de fazer o horário de verão. Será isto e mais o não-segredo da sexta entupida de pessoas dentro dos botecos – “Vê mais uma aqui, ó”. E aqui? Vamos ver quem está aqui. (Mais uma passadela rápida de janelas) Opa! Talvez aí um convite, um elogio, uma proposta irrecusável e indecente. Mas o que mesmo eu queria? Uma leitura de um romance por obrigação? Um filme daqueles de rolar de rir? Uma bebida forte? Uma música (qual música?)? Um baseado?


Quem sabe passar o (pouco) tempo livre pensando em desgraças? Sim, eu sei, bem o meu tipinho, é bem uma vontade infernal de que algo aconteça para colocar definitivamente as coisas no seu devido eixo, girando em uma órbita fechada em torno de mim.


Ela estava assim no exato instante em que tocou o telefone e alguém apareceu. Alguém abstrato, um não-alguém, pois, a estas alturas, já nem interessava mais o “quem”, mas o que estivesse disposto a esticar um pano qualquer na grama e, deitado, falar coisas aleatórias, na mais profunda contemplação do estar ali. Ainda não se sabe se esse alguém preencheria de alguma forma esse pequeno e tão pouco exigente requisito.


- A que horas? Onde mesmo? Ah, sim, todo o pessoal vai estar? Certo, dou uma ligada...


É claro que não é bem isso que eu quero. Na real, nada disso. Cadê a grama e a aleatoriedade? Fica o conversê daquelas coisas “meu dia-a-dia de cansaço”, das coisas que, de tão pequenas e fáceis de dar-se um jeito, não valem a movimentação dos lábios.


De nada adiantou o telefonema, pois a proposta não era atrativa. Ao menos, falta de oportunidade não era exatamente o mal de que sofria. Pensou, como todo mundo pensa, em abrir uma daquelas tantas janelas e escrever algo misturadamente triste, melancólico e enigmático, só que ela também já sabia que este tipo de tática já não funcionava mais com os mais espertinhos e avisados, justamente aqueles cuja atenção queria despertar, pela probabilidade ser imensamente maior para a programação abstratamente tecida em sua cabeça.


4 pitacos:

duarte disse...

Legal receber teu comentário lá, mas não estranha não, os posts são típicos de historiadores rsrsrsr

PriKaTiNG disse...

WOooooooooooWW!! A enigimaticamente cabecinha da Carol dando ar da graça!
Carolzinha como teus textos são quase que poéticos, não sei mas acho que só tenho mente pra baboseiras estilinho bizarrice medonha! xD~
Eu só falo besteira em flog, acho que dá pra contar nos dedos qtos textos assim como o teu eu escrevi, mas enfim, te admiro mocinha. =)
Bjocas =*

PriKaTiNG disse...

Ah! E sobre o teu comentário no CA! O vídeo do primeiro post tah funcionando sim! Qqr coisa amanhã me lembra que eu te mostro!

Nana disse...

Bah, nunca tinha lido ficção tua. Ótimo, adorei! =*