palavras...
sopros suaves,
minhas carícias em ti
perdidas num espaço vago
e lento e branco dos tempos.
palavras...
procuro-as doces, límpidas
mais puras: por elas preciso
sentir-te, nua.
tua boca, teu sorriso
em algum lugar se foi;
já nada sei, não mais vi
aquele brilho nos teus olhos...
o peso das tuas grossas lágrimas,
o último gosto vivo de ti (que ficou)!
vejo agora o buraco de uma folha de papel
(tudo o que tenho)
e logro preenchê-la plena de espaços
pingados de tinta,
densidade medida em pulsações sanguíneas
em que tu, no gozo
d'um fingimento insano, cega e digitalmente
lerás uma imensa
partitura que compus (e envio na carícia dos ventos):
lê, ela é só tua!...
1 pitacos:
Carolina., (sempre) romântica e realista.
Inteligente paradoxo.
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