segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Dóris Regina Nogueira - IN PROCESS
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
TATO
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
AUDIÇÃO
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
VISÃO
que resistem em mim.
Habitaste o que
o olhar que
quarta-feira, 28 de julho de 2010
DIÁRIO DE CÁSSIO SOUZA ANTUNES
segunda-feira, 26 de julho de 2010
6 a.m.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
DIÁRIO DE CÁSSIO SOUZA ANTUNES
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Compilei o diário da Dóris. Até que.... gostei!
(Mas ele ainda deve continuar, até quando conseguirmos manter a sintonia. Não, ao contrário do que se poderia pensar, a Dóris não sou eu. E ainda bem.)
sexta-feira, 25 de junho de 2010
DIÁRIO DE DÓRIS REGINA NOGUEIRA
terça-feira, 8 de junho de 2010
DIÁRIO DE DÓRIS REGINA NOGUEIRA
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Naufragar é preciso.
de luzes
acesas
sou quem?
farol
perdido
em molhes
brutos,
pedras frias
demais
pr'aportar.
navios
desviam
i n t e r m i t e n t e s
feito a luz
fraca, fugidia
qu'insiste
nas ondas
naufragar.
sou água dura,
pés molhados, ataduras
de desejos tortos...
traçado reto
i n c o m p l e t o
onda incerta que
na praia
se fura,
se quebra
e se vai.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
DIÁRIO DE DÓRIS REGINA NOGUEIRA
Não sei, algo se perde, como pertences importantes deixados por engano entre sacolas plásticas na lixeira do condomínio (ato recorrente, diga-se de passagem). Como cartas de amor de infância, perdidas na vergonha de haverem sido. Como comprovantes de pagamento, jogados fora pela descrença em sua necessidade futura. Logo eu, que não sou de deitar fora as coisas: mas as perco por distração de tê-las. Até minhas ideias, perco-as por havê-las parido em palavras.
O tamanho das coisas oprimia-me, inclusive a barata, agora maior do que eu... e sua linguagem de guia (eu já a entendia) docemente me fitava e me dizia: "Por que te oprimimos, se o teu mundo agora se alargou?". Pensei em me pôr novamente no chão, perdendo a chance de passear pelo teto, por todas as superfices de concreto, de metal, de vidro... E se eu pudesse voar? Como arriscar? Amedrontei-me só de pensar em descobrir minha nova anatomia. Meus mais novos instintos impeliam-me a voar até o açúcar, ainda estilhaçado entre vidros no chão da cozinha. Lembrei que só devia morder morangos. Mas onde havia de encontrá-los?
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domingo, 2 de maio de 2010
DIÁRIO DE DÓRIS REGINA NOGUEIRA
VI
fuimos ella y yo
dos en la ciudad.
Pasó, pasó
pasó nuestro cuarto de hora
pasó, pasó
pero aún sabíamos reír...
Las luces siempre encienden en el alma
Y cuando me pierdo en la ciudad
Vos ya sabes comprender
Que es solo un rato no más
Tendría que llorar
O salir a matar
Te vi te vi te vi
Yo no buscaba a nadie y te vi
Te vi fumabas unos chinos en madrid
Hay cosas que te ayudan a vivir
No hacias otra cosa que escribir
Yo simplemente te vi
Me fui
Me voy de ves en cuando
A algun lugar
Ya se no te hace gracia este país
Tenias un vestido y un amor
Yo simplemente te vi
sábado, 1 de maio de 2010
Distensão
domingo, 25 de abril de 2010
DIÁRIO DE DÓRIS REGINA NOGUEIRA
V
Quantas vezes tingi minha boca de vermelho! Fingia não ver o sangue dos cortes dos cacos em meus dedos, concentrando-me nos contornos escarlates desta minha boca que agora implora por teus beijos, refletidos no espelho, nos cristais cujo lugar já não sei mais qual. Quantas vezes estive eu à janela, mesmo fatigada, entregando-me feito rapariga anacrônica à tua espera... Enfeitei meus cabelos com dúzias e dúzias de flores (agora exalando os perfumes podres da morte), variei o penteado, vesti meus melhores trajes e sorri às sombras que de longe avistava! Meu carrossel suntuoso rodou, rodava... entre mil súplicas, trocava de cavalo, girava: não queria mais ser eu, escolhi ser várias. E fracassei no intento, porque sigo e espero a chegada do nosso tempo. Às vezes esperar é o que resta! (dizem que a pressa é inimiga da perfeição... Será? Qual o limite da resignação?) Muitos questionamentos nunca respondidos: e de novo só o tempo diz, devolve as respostas - beijos ou bofetadas - não importa! Acho que algo aprendi na estrada: beijei o vento (que nunca pediu nada em troca), senti o sol, que insistia em me acariciar a pele! Cada curva repentina um arrepio, cada rosa negra que lambi neste caminho trilhado da minha porta à janela um frenesi que me arroxeou os lábios... Os espinhos, acho que os triturei nas lâminas dos meus dentes e os cuspi, antes que me furassem as veias. A chegada, mera consequência.
(tudo o que tenho)
quarta-feira, 21 de abril de 2010
DIÁRIO DE DÓRIS REGINA NOGUEIRA
quarta-feira, 14 de abril de 2010
DIÁRIO DE DÓRIS REGINA NOGUEIRA
sábado, 10 de abril de 2010
DIÁRIO DE DÓRIS REGINA NOGUEIRA
II
sábado, 3 de abril de 2010
quarta-feira, 31 de março de 2010
a cada despertar
engreno na escrita
de uma coisa oculta...
uma parte qualquer
de mim mesma
deformada
em linha
reta:
nó.
desperto a mesma, dispersa
no vagar dos sonos idos
e sós em leito estreito.
acordo em acorde
pulsante, maior
pálpebras
ardentes
lábios
segunda-feira, 29 de março de 2010
águas tranquilas,
de profundidade incerta, desconhecida....
não sei se paro e contemplo, apenas.
não sei se, devagar, mergulho e submerjo.
aos poucos, aos pulos
molho os dedos, as palmas das mãos
e saio
pro vento
(e seu sopro sossegado e quente)
vir me secar.
(sempre saio e sento
e vejo, vejo, vejo...
volteio a margem:
contemplo-me
em segredo
mergulhar)
sábado, 6 de março de 2010
"A vida só é possível reinventada"
Reivento-me na linguagem
Num poema
Mesmo que
Pra isso
Não saia da escrita
Do que sou
E sinto de mim mesma.
Não sei quem seja
Eu, outrem
A vida que levei
Ou só tracei
Ontem.
A vida...
Esta que ora quero,
Por que me esmero,
Ora jogo fora
Relego ao acaso
Das coisas que não sei,
Não controlo.
Comprometo-me,
Mas logo esqueço, desuso
O discuro que exergo
E produzo.
Se lê o confuso
Do que ouço,
Enxerga em palavras
O que sinto,
O que transbordo...
Não! Não busque compreensão.
Reinvento-me porque nada muda,
Porque sendo não sou.
Troco de olhos,
Pois preciso ser outra...
Vejo as coisas que conheço
E ao vê-las
Sinto-as de outra forma:
Reinvento, pois, a vida!
Enxergue o mundo como queira
novo
de outra maneira.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
irritação
eu deveria sentir-me grata por teres lembrado de mim, até mesmo porque isso é completamente verossímil, é o que alguém o tempo todo só e suada, dentro de um apartamento quente, deveria sentir: gratidão.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
inacabado
deitei no teu colo
caí de maduro
tateei o escuro
do abuso d'um desejo
calado, seguro
murmúrio mudo
meu suspiro
silabado...
era só teu nome
curto, alveolado
dedo a dedo
imprimi
meu medo
meu muro,
o rumo
calculado
do acaso
onde me pus
no teu cabelo
escuro
que compus
feito ondas ritmadas
um acordeon, um sax
no abandono
perdido
do teu braço
roça assim
de leve
pulsado
meu adeus
deixa,
digital,
gravado:
um mundo
imaginado
não vivido
inacabado
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
depositei qualquer coisa
de meu
na estrada
incalculada,
desejo de marchar
marchar e perder
qualquer discurso
perder de vista,
pôr em desuso
o compromisso
que assumi com
um mundo
de não-eus.
aqui não sou nada
[e quero ser nada]
e o aqui é o quando,
é o onde
onde sempre me quero:
cada brecha é meu lugar
cada espaço um desvio novo
um desvão de mim mesma
entre pés, pernas, panturrilhas
[genitálias]
que se tocam nuas,
amantes dos espaços vazios
efêmeros, belos!
quero asas lisas, axilas
nos meus pés...
aqui no meu aqui
não há correspondência
coerência
família, pátria, amores
problemas e dilemas.
sou o improvável
do agora
diante dos meus olhos.
sou e não sou em cada poro
quando quero
e quero gravitar
nos motores mais
e mais bestiais
do jamais.
o jazz soa
na boate em Curitiba
[parto, não parto?],
balbucio o baixo
grave, leve...
escrevo porque sou o agora,
escrevo e não perco
meus olhos em pontos
distantes, idos
perdidos no passado.
e já não sou mais eu:
comanda a toada sutil
dos meus gestos que
traçam esta escrita imóvel,
meu pulsar insano
vindo do piano
da voz...
prefiro deixar
a emoção do palco
comandar minha pulsação:
ser nada, o som sentido
nu
nas espaldas pautadas,
narinas dilatadas,
sussurros suados
ao ouvido...
escorre comoção
por todo o meu corpo
acre, cru.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
com os pés no chão do mundo
é, viajar sozinha traz uma sensação de liberdade. tanta que é desesperadora, por vezes.
andar por uma praça, uma alameda. visitar um museu... a cada novo lugar, a imaginação voa, trazendo alguém pro meu lado.
e a vontade de comentar as coisas com alguém?
o pior é querer dar um abraço e não ter ninguém.
{desabafos à parte, tem sido ótimo andar por aí sem rumos muito definidos, conhecendo ruas, praças, alamedas, museus, bares, pessoas diferentes a cada dia}
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Bem-vinda
Minha casa tem caneta
pro Brasil inteiro
brincar de pintar
suas dores
em cores
de volúpia teatral,
prazer carnal
de todas as danças
de corpos torpes,
dormentes:
de lá ninguém sente
que foge...
carnaval latente
d'um brilho transparente,
lacrimal.
Minha casa tem um quarto
pendido d'um quintal de asfalto:
há folhagens fendidas
canteiros de flores carnívoras
de todos os aromas
podres, fedidas,
sangue escorrido de pétalas
feridas que secam abertas...
onde escarro,
despejo o balde
preservo regados
resquícios de amores
roubados.
Minha casa tem janelas
amarelo-velho,
mundanas venezianas
do medo
que me assalta
quando acordo
de mim mesma:
volto a ver
espaços vazios,
desejos expostos
d e p o s t o s
do castelo
de cartas marcadas
onde me escondi.
Minha casa
hoje sou só eu:
faca enterrada na terra,
tropical, cataléptica, nua.
E n t r a
- A casa agora é toda tua!
sábado, 9 de janeiro de 2010
Eu poderia...
tirar as trancas pendidas
pro lado de dentro
dos meus olhos vivos
encontrar nos vultos
nas palavras opacas
a saída esperada
beijar teus lábios
nos espaços vagos
do teu sarcasmo
virar esta folha
deixá-la assim
silenciosa, branca
e vagar pro escuro:
é lá que te procuro.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
fluidos como água
é que
eu que reconheço
só eu vi teu sorriso infantil
vão-se,